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Dona Vit​ó​ria

by Uaninauei

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  • Compact Disc (CD) + Digital Album

    CD jewel case, livro de 8 páginas com letras e ilustrações por Alexandre Tavares. Inclui faixa escondida.

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    T-shirt Fruit of the Loom - unissexo - tamanhos S, M, L e XL
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1.
Gémeo Mau 04:08
GÉMEO MAU Transformado na essência Dos erros que lá vão O culpado não tem cara Muito menos razão Mora dentro das almas penadas Que só estão bem Sem ver ninguém Quando o ego quer vingança Contra o que o contém Sai do buraco E torna-se animal Culpa o gémeo mau Que pisa a alma onde dói Culpa o gémeo mau Que é triste e insiste no que destrói Irritado sem motivo Ou forma de expressão Vai julgando quem está vivo Por serem como são Quer que os outros se mostrem e deixa O que quer ser A apodrecer E vê mentiras nas verdades Que não quer entender Até que explode Rebenta-lhe na mão Culpa o gémeo mau Que não aceita a rejeição Culpa o gémeo mau Reflexo anexo à solidão Bola de neve que aumenta e rebenta E arrasta o pouco que tens Quem se esconde Desculpa e inventa Ódios e culpas em alguém E foge ao real Culpa o gémeo mau Que pisa a alma onde dói Culpa o gémeo mau Que é triste e insiste no que destrói (c) 2014 Uaninauei
2.
MARIA MANUELA Fazia ponto de cruz De agulha torta sentada à porta Até já não haver luz E à noite corta O que vem da horta Em frente à televisão Telejornal e novela sem sal E já nem lhes dá atenção Mete o dedal e tece a espiral Do tempo de outra qualquer vida Na manta rota de uma história comprida Põe o feijão a cozer à panela Maria Manuela Não acendas a vela Não te embrulhes nesse xaile preto Nem chores mais atrás do coreto Põe antes uma flor à lapela E vem espreitar à janela Maria Manuela Entretinha-se a decorar A mobília com memorabília Do que acabou por sobrar Da quezília na própria família Nunca tinha visto o oceano Senão da torneira da sua banheira E num búzio ouvia as ondas bater Na areia de um mocho à lareira E um dia hás-de encontrar marido Na história de alguém que andou perdido (c) 2014 Uaninauei
3.
ASSALTOS LEGAIS Se o rei da manada Quiser tudo ou nada Ao preço amargo de um presente envenenado Fico a dever, despreocupado Mas eu não pago Nem tenho maneira de pagar Se o luxo é pouco Não sobra nada para te dar E comes tudo por demais Em assaltos legais E comes até não dar mais Em assaltos legais Se um caloteiro te promete a lua cheia Quando ela sobe, só está meia Passaram-te um cheque De ouro em pechisbeque E agora o mês já não aguenta tantos dias O bolo já vem às fatias Mas eu não pago Nem tenho maneira de pagar Se o luxo é muito Não sobra nada para te dar E comes tudo por demais Em assaltos legais E comes até não dar mais Em assaltos legais Mas eu não pago Nem tenho maneira de pagar Se o luxo acaba Não sobra nada Nada para te dar (c) 2014 Uaninauei
4.
ALDEIA SEM TABERNA Coração mole não parte Espera um golpe que o mate E vou ao sabor do vento O meu idioma é o lamento E pior que estar sozinho É estar seco e não ter vinho Cansado Sem saber para onde ir Parei aqui um pouco Mas deixei-me dormir Tentado A beber tudo o que houver Contento-me com pouco Mas um pouco tem de haver Que o meu corpo é um vulcão De revolta em erupção Subia Pela rua onde vi A última taberna Fechar quando eu nasci Fugia Seco e sóbrio do altar Do amor abençoado Que se esqueceu de amar Nuvens chovem com vontade No meu corpo a febre arde E então nem eu sei onde estou Brindarei com a morte se eu quiser Com o vinho mais azedo Que escorra na adega É melhor que morrer seco Nesta solidão eterna Numa aldeia sem taberna E enquanto vejo o centro Da porcaria em mim Não consigo pôr-me dentro Desta vida sem sentir que vou partir Já nem quero saber onde vou Porque agora canto por prazer A música mais triste Que já houve e existe E ninguém a quer ouvir O amor passou-me a perna Numa aldeia sem taberna Ninguém a vai ouvir Ninguém a vai ouvir A saudade é eterna Numa aldeia sem taberna Cai na dor, fiquei refém A vinha seca e eu também Com a garganta a secar Fiz a cama e dormi Acordei longe de ti Bebi tanto que acordei em paz Vou morrer seco. (c) 2014 Uaninauei
5.
LIMITES DO JUÍZO Ligado ao programa Qual velho surdo e senil Sabes bem Que há um fosso entre a vida e a cama Dizes mal E és igual Foste injectando emoções televisivas Rindo do choro das gordas contra as divas Quando a consciência só dá publicidade O mal alheio distorce a dignidade O drama é falso ou chega amplificado Calçam-te luvas num dedo amputado Esquece o que te dizem E acabas sozinho Prostituto do carinho Ultrapassaste os limites do juízo Trocaste a vida por entretenimento Meteste a fome na roda dos alimentos Nasce outro dia e nem tiras o pijama A realidade é intervalo no programa Comédia triste de sorriso amarelo Cortam-te as pernas e oferecem-te um chinelo Massajam-te o ego com paisagens tropicais E a vida dos ricos tão bonita na novela A tua gamela tem legumes virtuais E o alcance do comando é a tua trela Ultrapassaste os limites do juízo (c) 2014 Uaninauei
6.
NASCER CRESCER MORRER Quem tem a lua quer o sol É indiferente ao luar E pensa em chuva por dentro Dorme lá fora ao relento Quem tem a chuva pede o mar É indiferente ao seu sal Procura apenas nadar à deriva Gastar um mar de saliva A não dizer o que foi A não dizer o que quer O vento passa É-lhe indiferente o luar O sol, o mar O sal, a chuva Quem se arrepende quer voltar E fazer tudo outra vez Mas de uma forma diferente Mas, e se de repente O barco não se afundar Ao fundo aguarda uma terra perdida Onde se vai encontrar Novo rumo para a vida A vida dói ao nascer Quem fica pensa em partir Mas não consegue com o medo E cava a própria cova Lugar à gente nova Quem foge pensa em ficar Lugar nenhum os aconchega Antiga ferida que cura Já nova queda se augura Não vai dizer porque foi Não vai dizer o que quer Vem o consolo Pela porta da dor E chora e ri E cresce e morre A vida dói ao crescer Quem ladra pensa em miar Não se arrepende de nada Se não tiver que chorar Que chore outro em seu lugar Quem anda pensa em voar E mata o pássaro E quando o voo falha Quando a morte se espalha Não vou dizer porque foi Não falhei eu mas as asas O velho abre o buraco Onde hei-de cavar O túnel de outra vida ou não Ou não A vida dói ao morrer (c) 2014 Uaninauei
7.
Adamastor 03:00
ADAMASTOR O epitáfio vem com a chuva De água venenosa e turva Descemos na cauda do rio Que sobe do abismo ao vazio Pela uretra do planeta E tal como já se dizia Na mais antiga profecia O planeta fica cinzento E a lava arrasta o cimento E do espaço cai um cometa Pendura-se o mar Às costas da terra E o mundo a afundar Mesmo indo ao fundo O mundo tenta esticar-se em bicos dos pés Entre o mastro e o convés Mesmo indo ao fundo O mundo tenta arrastar-se em bicos dos pés Adamastor sem marés A crosta da terra suada Enquanto animais em manada Se afogam sem dor, complacentes Os humanos guardam pertences Com que se afundam neste rio No fim sobra a violência Desculpa-se o mal com a ciência O profeta morre enforcado O resto do mundo é julgado Reduz toda a fome ao seu cio Diamante em bruto Eva a morrer Adão eunuco A enlouquecer (c) 2014 Uaninauei
8.
VIRGEM DO DESCANSO Vou cavando o que plantar Numa lenta eutanásia O pouco que vou ganhar Vai do bolso para a farmácia Se este mundo é uma enxada Que fazer senão cavar? No meu tempo as plantações Seguiam as estações do ano Agora chove nos Verões E o Inverno é profano Quando só se tem uma enxada Que fazer senão cavar? Sou virgem do descanso O tempo livre é um mito O mundo deu-me um avanço E eu fiquei no mesmo sítio Não o consigo alcançar Uns vão de avião Eu vou de bicicleta Também chego onde quero chegar Um diz que é actor O outro que é poeta Eu cá só sei trabalhar Dizem que sou limitado Mas nunca tive horizonte a alargar Sou virgem do descanso O tempo livre é um mito O mundo deu-me um avanço E eu fiquei no mesmo sítio Não o consigo alcançar A luz já se fundiu Brilhei mas não se viu Brilhei mas não se viu Que a luz já se fundiu Quem trabalha só se encosta Quando a lua está à mostra Até o sol acordar Quem trabalha não reclama Pousa o corpo na cama E acorda para trabalhar (c) 2014 Uaninauei
9.
CABEÇA DE MOTÖR Tenho ouvido e visto muita coisa Muita coisa ficou pela metade Tenho ouvido e visto muita treta Muita treta a passar por verdade Na minha cabeça de motor Mistura-se o sexo com humor Na minha cabeça de motor Tenho sido usado e maltratado Maltratado por quem me quer bem Dizem que estou mal habituado Mal habituado a quê e quem? Na minha cabeça de motor Desliga-se o sexo do pudor Na minha cabeça de motor Na minha cabeça de motor Na minha cabeça de motor Mistura-se o sexo com amor Na minha cabeça de motor Na minha cabeça de motor (c) 2014 Uaninauei

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www.facebook.com/uaninauei

«São sete da manhã, cacareja a alvorada no arco-íris da madrugada, as ovelhas sobem ao monte, a toque do ladrar autoritário do cão de guarda, e o pastor assobia a melodia como se o trabalho não fosse nada.

Ouve-se o mesmo "bom dia" de há setenta anos atrás, sempre actual, cordial e eficaz, e os miúdos de sacola a caminho da escola enumeram as diferenças entre rapariga e rapaz, penduram-se da baliza, fazem equipas mas tanto faz, vão uns à frente e outros atrás.

Ao fundo, um vulto desliza ladeira acima. Com a destreza orgulhosa de quem chega ao fim de uma longa escalada, conversa com o vizinho, "hoje estou melhor, muito obrigada, ao menos não me falta a memória", diz apressadamente a Dona Vitória.»

credits

released March 17, 2014

Alexandre Tavares - guitarra, voz
Daniel Catarino - voz, guitarra
João Pedro Palma - bateria, voz
José Lopes - guitarra, voz
Yoann Crochet - baixo, voz

com:
Joana Margaça - voz em "Nascer Crescer Morrer"
Tó Zé Bexiga - teclado em "Nascer Crescer Morrer"
Joel Fausto - introdução em "Limites do Juízo"

Gravado nos Estúdios Jungle em Lisboa.
Produzido por Uaninauei, Francisco Duarte e Marco Cipriano.
Misturado e masterizado por Marco Cipriano.
Músicas por Uaninauei, letras por Daniel Catarino.

uaninauei.webs.com
facebook.com/uaninauei

Agradecimentos: Dona Vitória, Rita Piteira, Tó Zé Bexiga, Joana Margaça, Joel Fausto, Capote Música, Monster Rock Booking, Tânia Neves, Marco Cipriano, Bolas, José de Saruga, Eddie Santos, Rodrigo Sá, Charlie Bäu, Xinês, João Zacarias, Goinha, Nuno Calado, Vanessa Augusto, Henrique Amaro, Ricardo Romano, Zé Peps, Nélson Jorge, Márcio Bruno, Sociedade Harmonia Eborense, S.O.I.R., Ballis Band, Balão Dirigível, Super FM, Antena 3, às nossas famílias, amigos, fãs, e todos aqueles que nos apoiam e acreditam em nós.

Uma edição Capote Música - www.facebook.com/capotemusica

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Uaninauei Portugal

Banda rock formada no final de 2008 em Évora. Com dois álbuns e um EP editados, os Uaninauei estão de volta em 2020 após quatro anos de inactividade.

Agenciamento:
Rita Piteira
riapiteira@gmail.com

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