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Lume de Ch​ã​o

by Uaninauei

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  • T-Shirt/Apparel + Digital Album

    T-shirt Fruit of the Loom - unissexo - tamanhos S, M, L e XL
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  • Compact Disc (CD) + Digital Album

    Jewel case com booklet de 12 páginas, com ilustrações individuais para cada tema e todas as letras.

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  • Streaming + Download

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1.
NEVE CARBÓNICA Ver ginastas a cair Prostitutas a sorrir Entra na roda um pedinte orgulhoso O filho pródigo da arma do crime Um gato preto que se esconde num prédio Vai algemado o assassino sem vítima São paredes sem cor em casas de vapor Diz que é tudo normal Abre no espaço um portão onde se toca no chão Precipício infinito Quem cai não chega ao fim São asas de granito Crescem atrás de mim Num mundo sem fronteiras É proibida a lei E quebram-se as barreiras Entre o povo e o rei E vês Babel a ruir E o planeta a implodir São muros sem betão São consciências em expansão do céu profundo ao caixão Vê-se planar um balão de oxigénio E há promoção de prostitutas na rua Vês aumentar a biblioteca da ignorância E a cada passo pisas outro buraco São telhados de vidro que partem sem ruído Parte-se em mil o céu Chovem estilhaços em ti São mil muros de Berlim É mental essa violação das hormonas em construção Corpos de pedra que pairam no ar Ouvem-se ao longe os céus de vidro a quebrar Neve Carbónica, neve carbónica Terra fumegante e sulfurosa Criança agonizando sob a cinza de relógios velhos Placas de antimónio violadas Pelo mistério dos sábios Pelos cosmonautas Pelos ultra-sons E o autómato caminha lentamente vertendo mercúrio pelas veias de aço Sonhos impossíveis Números impossíveis Raios laser Neve carbónica
2.
CANTIGA DE UM LADRÃO Estou de passagem para a outra margem Tenho um Jesus numa cruz à minha imagem E o nervosismo dá em cinismo Ou em filosofia de autoclismo Perdi o sentido de humor Na sedentária vida ordinária Ou é do frio ou do calor Ou da precária conta bancária Medo Não tenho medo Bem-me-quer Malmequer Cantiga de um ladrão Anda cá Volta atrás Não vou dizer que não Pensas que isto é tudo invenção? Gente que mal desperta veste a cueca da imitação Gente que se apavora se chega a hora e não há canção Comes o fruto do ouro bruto Pensas que chove e que tu ficas enxuto Burro ou astuto Levas o tempo a dormir em pé Gente que sabe tudo e rouba ao mundo opiniões Gente que se faz grande e leva no sangue mil frustrações Sentas-te à mesa da tua presa Não tens dinheiro mas comes sobremesa Tens a certeza Que o mundo é filho de um pai sem fé
3.
CHAMAS EM MIM Ardes por dentro e por fora Vês as paredes fechar Sentes que já não demora E que não vais aguentar As paredes fecham-te num quarto escuro onde queimas o ar Na respiração ofegante de quem não quer respirar Mas se o fogo é meu Quem o acendeu fui eu Tenho chamas em mim Tenho chamas em mim Tirem-me daqui Escreves o momento nas paredes ocas de uma casa qualquer Como se o desejo fosse combustível de uma chama a arder E o desejo é um ventre suado numa dança final Não aguentas o tempo morno desse corpo banal Mas se o fogo é teu Não fui eu quem o acendeu Passo em falso Vais descalço Passo em frente Vais dormente Passo em falso, vais descalço Num processo indolor Sente o corpo quente, fogo ardente Chama sem cor
4.
BALADA DO CAVALO Sentado atrás de um bar, picado até voar E nada vais fazer até amanhecer E o riso sem razão vai-te colando ao chão E suas sem calor num plano tricolor E não te deixam em paz aonde quer que vás Já respiras demais Estica o braço até ao céu são mais juízes que réus compra um tempo sem razão à porta de um barracão Já respiras melhor? Quando o corpo se queixar Roubas tempo a quem passar E esse braço levantado todo envenenado Já respiras demais Já respiras melhor? Não me deixam dormir Não me deixam dormir A noite está para vir E não me deixam dormir E este muro vai cair Vês o barco a passar Vês a multidão voar atrás de ti assim Isto não tem volta a dar Eu perdi o meu amor A seguir fui lá buscá-lo Dediquei-lhe uma modinha A balada do cavalo
5.
BETONEIRA (VIDA DO MAL) Não, não preciso que rezem por mim Que me imponham a fé na razão Nem preciso que me queiram aqui Deixem-me da mão Diz a freira com o seu olho vesgo Que o destino é vago, mal o vejo Dizem-me que o altar já ardeu E que o padre morreu E que o padre morreu Não, não insisto que vão por mim Se nem eu sei para onde vou Não resisto à ironia do fim Se acabar, acabou Diz o padre com o seu fato branco Que o destino é vesgo, surdo e manco Ninguém o ajuda a ser normal Nesta vida do mal Nesta vida do mal E o pão diminui E o padre engorda E o fiel que reza Vai deixando a esmola E o santo cai Desfaz-se em ouro Cada reza é um potencial tesouro E o milagre é teu Caído do céu Condenado a não levar Esta vida do mal Querias mais Querias mais do que não tens Pão, água e reféns Querias ter Querias ter mas nunca tens Mais que três vinténs Querias mais Querias mais do que não tens
6.
CIRCOS A ARDER Anda É por aqui que os circos ardem Anda É por aqui que a gente foge São gnomos e anões Que surgem de entre o fumo Cavalos e leões Que lutam sem futuro São circos a arder São jaulas que se abrem São cobras a morder Os homens que aplaudem Pensamento animal Como artista principal Quem não tenta fugir fica em cinza no chão Morto em chamas sem caixão Está tudo a arder São trapezistas cegos Que fogem sem destino E os exorcistas mancos Que abraçam o demónio E quem pegou fogo à tenda Foi o freak malabarista Que brinca com o fogo Com a mania que é artista
7.
Guilhotina 04:53
GUILHOTINA O eco vai pairar no vazio que entoas No infinito ar em que agora voas Não tem fim o esquecimento Que o futuro é movimento Deixa o tempo naufragar Deixa pairar o silêncio O carrasco és tu que escreves a tua sina E um dia vais voltar a ser a guilhotina Não tem fim o movimento Que o futuro é esquecimento Deixa o tempo naufragar Fica preso no silêncio Já não sei o que estou a fazer mais aqui Nem sei bem se o que sou é parte ambígua de mim Volta atrás sem mim Que eu sigo por aqui Não fiques resignado a ser assim Se o tempo se parar ao pé de ti No amanhecer de um dia sem agenda Tentar falar sem que alguém te entenda
8.
O Rei 09:47
O REI Se não queres estar de pé Então fica sentado Se não aguentas a pressão Então põe-te de lado Se não tens nada a dizer Então fica calado Que não estamos para ouvir Cantar o mesmo fado Não te desejo mais nem menos do que quero para mim Se viajar no tempo Não é a solução mais fácil para quem quer estar aqui No mesmo lamento O teu queixume igual Que isto está tudo mal Haja saúde diz ao neto o velho Não sejas coitadinho bebe um copo de vinho que te faz bem deixar de olhar ao espelho Se não queres ser feliz Então fica amuado Se não queres estar aqui Então vai para outro lado Já estamos fartos de ouvir Cantar o mesmo fado

about

“Lume de Chão” é uma espécie de elogio à diversidade do rock.
Nesta diversidade, o álbum de estreia dos eborenses Uaninauei chega a ser um disco estranho; não num sentido negativo. Há nele um mistério nunca desfeito. Em parte, um mistério nascido de uma curiosidade que se vai adensando, do princípio ao seu epílogo. Quem são verdadeiramente os Uaninauei? E para onde vão? A dúvida mantém-se, até ao fim, sem resposta.
Enquanto se mantém a dúvida, a sensação decorrente é de prazer. Um prazer que se mantém vinculado a um interessante equilíbrio entre o rock, às vezes até pop, e o metal, materializado este numa não rara e expressiva guturalidade. Lentamente ou em passo acelerado, a música dos Uaninauei é marcada por uma portugalidade clara, não só pelas palavras, sempre bem medidas, em português, mas também pelas várias influências que se vão fazendo sentir; de uns Ornatos Violeta a um qualquer grupo de cante alentejano – ouvir “Balada do Cavalo”. São canções pujantes mas melódicas, servidas pelos riffs musculados das três guitarras dos Uaninauei.
É este, o estranho universo de Daniel Catarino (voz e guitarra), Alexandre Tavares (guitarra), João Pedro Palma (bateria), José António Lopes (guitarra) e Yoann Crochet (baixo). Estranho e interessante, “Lume de Chão” é também um disco vibrante.
E agora, para onde vão os Uaninauei?

Rui Dinis, "A Trompa"
a-trompa.net/olhares/uaninauei-em-lume-de-chao

credits

released September 21, 2010

Daniel Catarino – voz, guitarra
Alexandre Tavares – guitarra, voz em "Balada do Cavalo"
José Lopes - guitarra
João Palma - bateria
Yoann Crochet - baixo
José Saruga - voz em "Balada do Cavalo" e "Betoneira (Vida do Mal)"
Marco Cipriano - gravação, mistura e masterização
Capa por Alexandre Tavares.

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about

Uaninauei Portugal

Banda rock formada no final de 2008 em Évora. Com dois álbuns e um EP editados, os Uaninauei estão de volta em 2020 após quatro anos de inactividade.

Agenciamento:
Rita Piteira
riapiteira@gmail.com

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